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Mostrando postagens de novembro, 2021

Relógios: medir o tempo em tempos do tempo que não para

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    Diz-se por aí que o que diferencia o ser humano dos demais animais é a contagem do tempo. Mas será isso algo inerente à nossa espécie ou uma conseqüência dos modelos de sociedade? Grande parte dos animais dispõe de algum tipo de percepção do tempo, o que inclui o ser humano ao longo de sua história evolutiva. No entanto, desde que deixamos as cavernas paleolíticas para passar a formar culturas  agrícolas e urbanas, o tempo foi se tornando cada vez mais central. Na paisagem, e, pensando paisagem como tudo aquilo que é percebido pelos nossos sentidos, podemos notar o tempo demarcado pelo som dos sinos das igrejas e mesquitas, pela vista de um praça ou torre do relógio comuns em tantas vilas e cidades, como também pelo cheiro dos alimentos comercializadas localmente, demarcando não só a época de uma safra, mas também o momento do dia: o cheiro de café e pão fresco pela manhã ou o de feijão temperado ao coentro ao meio-dia. Hoje, na era em que os dados nos bombardeiam o tempo todo, rel

Halloween no Brasil: engolir ou cuspir?

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  Neste 2021 ainda pandêmico, tenho me deparado com vários relatos no Twitter sobre uma maior adesão ao Halloween no Brasil. Minha impressão é que isso se deva, em grande parte, à euforia represada pelos fatídicos meses da pandemia que estamos vivendo, que agora tem vazão com uma maior cobertura vacinal e redução de casos e mortes. Assim, muita gente deve aproveitar qualquer oportunidade comemorativa para se reunir, embora eu ainda não me sinta segura para estar numa aglomeração. Apesar da questão pandêmica, a partir da minha experiência anedótica também percebo um movimento de crescimento nas comemorações ano a ano. Nalguns momentos, foi substancialmente alavancada pelas escolas de idiomas, como também em colégios particulares das grandes cidades e condomínios de classe média. Neste  ano, no entanto, tenho percebido uma grande movimentação em diversas instituições culturais e empresas, assim como as festas propriamente ditas. Novamente, reitero que isso se trata de uma percepção pesso