O vírus causador da tragédia tem um nome (e não é Sars-Cov-2)
Às vezes pensamos a Covid-19 como uma monstruosidade que aproxima pouco a pouco seus tentáculos, uma doença silenciosa que não sabemos quando e se nos atingirá. Não sabemos se seremos uma mera transmissora sem sintomas ou se perderemos o ar no leito de um hospital. A realidade se maquia através dos números e das estatísticas, pois é difícil abstrair a dor enquanto não a vimos de perto. Quando passamos a ver aquilo acontecendo perto de nós é que tudo começa a fazer mais sentido. Quando os primeiros amigos são atingidos, perdendo eles os pais enquanto estão também num hospital sem que possam se ver, vemos o quanto é tangível a tragédia que nos assola. Quando os segundos familiares são atingidos, também hospitalizados junto à própria mãe sem poder vê-la e, posteriormente, perdendo-a para sempre, vemos que os tentáculos da pandemia estão mais próximos, sedentos pela dor e pelo luto. Quando os terceiros familiares, desta vez mais próximos, são atingidos, percebemos o quão próxima de nós es