Brilhantes espelhos negros que apagam nossa luz
Já vimos fotos antigas mostrando vagões do metrô com quase todos os passageiros concentrados em seus jornais. Isso é tão diferente de ver uma cena dos dias atuais em que quase todos os passageiros vidrados nas telas de vidro de seus telefones celulares? Os meios e os veículos mudam, possibilitando novas linguagens. Olhando para a tela de um celular, o usuário talvez não esteja num portal de notícias, mas acessar redes sociais também é, de certo modo, uma forma de atualização e leitura da realidade. Além disso, o universo de possibilidades tende ao infinito: ele pode estar se comunicando por mensageiros rápidos, consumindo literatura, material didático-acadêmico, administrando finanças, jogando etc. A rede social mostra o cotidiano, mas também veicula arte, política e atualidades. De certo modo, é mais orgânica que um antigo jornal impresso. É claro que nosso consumo de conteúdo não é, a rigor, livre: somos reféns de um algoritmo. Se, na obra de George Orwell, 1984, the Big Brother